O que é a psicologia fenomenológica–existencial? Um passeio pela trajetória da abordagem

Autor: Henrique Squizatto , 22/04/2024 (200 visualização)
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O que é a psicologia fenomenológica–existencial? Um passeio pela trajetória da abordagem

Neste artigo, que preparei especialmente para você, iremos abordar: - Como surgiu a psicologia fenomenológica – existencial? - No que a fenomenologia-existencial se baseia? - Como funciona a relação com o paciente? - No que essa psicoterapia pode te ajudar? Aproveite a leitura!

A psicologia integra , de acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), o amplo conhecimento das Ciências Humanas. Com seus primórdios na Grécia Antiga, entre 400 e 500 a.C, a ciência psicológica foi desenvolvida para estudar o comportamento do ser a partir de diferentes linhas de estudos, comportamentos sociais e vivências interativas. Sendo assim, é de entendimento comum que, apesar de não ser um ramo exato, como a matemática ou a física, é uma área composta pelos mais diferentes tipos de análises complexas, particulares e criteriosas.

São essas abordagens que permitem ao profissional da área identificar formas de melhorar aspectos relacionados à saúde mental das pessoas, priorizando, assim, a qualidade de vida do indivíduo e da sociedade como um todo. Dentre os principais ramos da psicologia, encontramos o método fenomenológico-existencial, considerado um dos pilares no caminho para o entendimento da mente humana — e é esta abordagem que tomaremos como base para nossas consultas.


Como surgiu a psicologia fenomenológica – existencial?

A fenomenologia-existencial é uma abordagem psicológica que surgiu em contraposição às ideias de Freud, sendo, então, considerada a terceira força, ao lado da psicanálise e da psicologia comportamental. Os primeiros registros da abordagem surgiram na Europa, como uma nova e alternativa forma de pensar o mundo e entender o ser humano.

De forma mais específica, a psicologia fenomenológica-existencial emergiu após os acontecimentos provindos da primeira e segunda Guerra Mundial, quando, apesar de revolucionárias, as descobertas da psicanálise tradicional já haviam passado por diversas revisões. 

A criação dessa nova abordagem obteve grande apoio e foi fomentada pela expressão filosófica de vários estudiosos, que surgiam espontaneamente para impulsionar os ideais fenomenológicos e existencialistas. Entre estes, o principal contribuidor para a área foi Edmund Husserl. Considerado um dos grandes pioneiros da nova filosofia, ele deu vida, em 1900, à sua famosa obra intitulada “Logische Untersuchungen" (em tradução para o português, “Investigações Lógicas"). Foi neste material em que ele apresentou o método de análise “Phenomenológico”, e abriu portas para diversas novas interpretações.

Posteriormente, lecionando na Universidade de Göttingen (Alemanha), passou a desenvolver ainda mais as linhas gerais da fenomenologia, lançando dois livros seguidos sobre o assunto e suas descobertas, além de comparecer em inúmeras palestras para elucidar o que hoje conhecemos como Fenomenologia - Existencial. 

Mas, afinal, o que está no cerne de toda esta teoria? Quais foram os resultados de tanto avanço filosófico? Vamos te explicar: 


No que a fenomenologia-existencial se baseia?

Inicialmente, os estudiosos da fenomenologia, partindo das descobertas de Husserl, acreditavam em um método de redução chamado “Entre Parenteses”. Ou seja, para que seja possível chegar à essência do objeto (o sujeito), é preciso deixar de lado preconceitos, doutrinas, teorias, rótulos e qualquer outra coisa que não esteja extremamente relacionada à consciência pura. 

Com base neste conceito, é possível afirmar que, na visão da psicologia fenomenológica-existencial, é o indivíduo quem dá os significados para a vivência psíquica, funcionando quase como uma metodologia de autopercepção e acolhimento de sua própria vivência. 

Portanto, a fenomenologia intrínseca resulta em uma psicologia pura, distante das psicologias empíricas — como a científica e outras abordagens investigativas contemporâneas. A psicologia fenomenológica-existencial busca a subjetividade, e está muito atrelada a psicologia humanista, em que os seres humanos são indivíduos únicos e com interpretações relativas, devendo ser tratados como tal.

Talvez seja um pouco confuso, nós sabemos. Então, para entender melhor, aqui vai um termo interessante que sustenta boa parte, senão toda a abordagem, e que pode lhe ser útil: o método da fenomenologia-existencial tem como conceito-chave para as conversas o "SER-AÍ" (ou DASEIN), defendendo que o ser-humano não é neutro e separado, mas, sim, alguém integrante e convivente, um ser-no-mundo, com valores e significados próprios, que reage de sua própria maneira, a depender do impacto exterior.

Em termos práticos, esta abordagem psicológica estuda o modo como o conhecimento do mundo se dá para cada pessoa, como cada indivíduo absorve a realidade e os fenômenos ao seu redor; aliada, ainda, ao existencialismo, que enxerga o ser humano como um ser metafísico, alguém que existe no mundo e, assim como tudo que também existe, tem algum sentido de finalidade nesta realidade, e está sujeito às interações com o meio que o envolve.

Unindo ambas filosofias, a fenomenologia-existencial acredita que o homem, uma vez que está no mundo, é responsável por aquilo que faz de si mesmo — ou seja, cada um tem sua parcela de responsabilidade pela forma que age, a partir das circunstâncias que lhe são dadas.

“Então, no final, a culpa é toda minha?” De forma alguma! Afinal, a abordagem não encoraja o apontamento de qualquer tipo de culpado, seja este você mesmo, o seu meio social, seu passado, seu presente ou qualquer indivíduo terceiro. A grande questão tratada é: ao invés de apontar dedos ou remoer pesares, que tal repensar a forma como você mesmo absorve tudo o que lhe aconteceu, toda a condição que lhe foi oferecida e toda a realidade em que você está imerso? De fato, não é possível abraçar todo o universo e todas as coisas em que somos expostos como seres sociais, mas é mais do que viável — e importante — assumir a responsabilidade por si mesmo. E é da seguinte forma que abordamos isso nas conversas entre terapeuta e paciente: 


Como funciona a relação com o paciente?

Mencionamos anteriormente que, na atualidade, há uma variedade imensa de abordagens na psicologia. Elas, inclusive, podem ser utilizadas em conjunto, a depender da necessidade do paciente e do perfil de cada psicoterapeuta. Mas, a abordagem principal utilizada nas consultas é definida pelo profissional ainda durante sua jornada acadêmica, agindo como uma prévia da forma como lidará com seus pacientes — claro, sempre tendo em mente que cada realidade é única para um indivíduo, e isso que guiará a vivência de ambos na psicoterapia.

Durante as sessões, a abordagem Fenomenológica-Existencial ajuda o paciente a redescobrir o histórico de seus sentimentos, traz a compreensão de diversas questões antes tratadas como independentes e alheias, coloca a própria pessoa como ponto-chave para a elucidação de suas dificuldades e apoia quem busca uma reflexão sobre a experiência de vida que teve até aqui. Além disso, esta abordagem é responsável por tornar o paciente protagonista e consciente de seus feitos ou escolhas. Quando o indivíduo se torna ciente de sua trajetória e se coloca como responsável pelas suas ações, percebe que a solução está nas próprias mãos — e é por este caminho de auto-percepção e auto-valorização que o profissional da fenomenologia-existencial vai guiar cada conversa.

Desta forma, prezando pelo estudo dos fenômenos que possam ter ocorrido na vida de cada paciente, é possível fazer ligações com o cotidiano, as consequências de cada decisão tomada, os caminhos que podem ter levado o indivíduo até esse momento e, por fim — mas não menos importante — a forma como o paciente é capaz de interpretar esses acontecimentos, sempre respeitando sua própria visão de mundo, suas crenças, seus valores, o ambiente que o rodeia e suas experiências anteriores.


No que essa psicoterapia pode te ajudar?

As consultas baseadas na abordagem fenomenológica-existencial podem te mostrar o caminho para ser protagonista da sua própria vida. Por mais simples que pareça, é de extrema dificuldade para muitos conseguir retomar o controle sobre o que lhe atinge ou não, as atitudes que decide ou não tomar e os acontecimentos que permite, mesmo que inconscientemente, ditar o rumo de seus dias. Assim, entender que suas próprias decisões são a única coisa capaz de te levar de um ponto A para um ponto B pode ser a chave para mudar sua mentalidade, redescobrir seu “eu” interior, superar traumas, assumir novas atitudes e enfrentar uma nova fase da vida.

Por fim, além de tudo isso, vamos listar alguns pontos sobre os quais a terapia fenomenológica-existencial pode agir como um propulsor para a melhora mental, física e espiritual de um paciente. Entre tantas coisas, esta abordagem apoia:

·       Busca pelo autoconhecimento;

·       Encontro de motivação para seguir novos caminhos;

·       Melhora nos relacionamentos interpessoais (problemas familiares, amorosos, sociais e dificuldades internalizadas);

·       Descoberta da origem de alguns comportamentos;

·       Melhor elaboração de sentimentos e conexão com traumas;

·       Recuperação da autoestima;

·       Enfrentamento de tópicos sensíveis;

·       O impacto do luto na vida cotidiana;

·       Encarar problemas de auto-estima, inferioridade e medos.

 

Vale lembrar que, seja qual for o problema que te assola ou a abordagem que mais te agrada, buscar por alguma atividade que nos guie, clareie nosso pensamento e desfaça os nós que não conseguimos resolver sozinhos é importantíssimo para a saúde física e mental de qualquer ser humano — da mesma forma, recorrer ao atendimento psicoterapêutico é o primeiro passo para alcançar o bem-estar interno e externo. No mínimo, todos precisamos de alguém para conversar e nos ouvir.
 

Ficou alguma dúvida? Se algo surgir em sua mente, não tenha medo! Me chame para uma conversa através do WhatsApp (11) 99810-2746 e aproveite para marcar nossa próxima consulta.

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