A abordagem que utilizo é chamada de duas formas: esquizoanálise ou psicanálise alinhada à filosofia da diferença, é bem interessante por não nos prender no passado. Lógico, passamos por ele pra compreender certas questões mas não parasitamos ali.
A abordagem questiona muito as forças sociais e padronização da sociedade, que nos gera muitos adoecimentos e, trás um olhar pras coisas enquanto fenômenos.
Pautamos que cada ser é único, tem suas formas de ver e lidar com o mundo então por isso, perguntamos sempre: como funciona (pra você), se faz sentido e se faz, o que podemos fazer com isso. Se não faz, como podemos criar novas formas de lidar.
Olha-se pras emoções e pros afetos de forma muito valorosa, com empatia e acolhimento, por entendermos que o que sentimos influencia no nosso pensamento ao mesmo tempo em que o que pensamos, sentimos também.
O objetivo principal é a autonomia do paciente, então é um espaço que o paciente se coloca e diz sobre seus desejos, não há imposições.
Além disso, utilizo técnicas para além do verbal, recursos artísticos, como desenho, princípios meditativos, corporal e etc.
Claro, isso se o paciente assim desejar!
Uso a experimentação pra entrarmos em contato com novas sensações, afetos, experiências, pra que fluam coisas para além do que já se conhece, pra que o paciente crie seu próprio repertório e ferramentas.
Dependendo da demanda, utilizo técnicas de outras abordagens conforme necessário (sigo a teoria mas sempre aberta ao que o paciente precisa naquele momento, esse é o protagonismo)
Creio no psicólogo como uma espécie de "ferramenta" e, fazemos um trabalho em conjunto, acho que é algo de artesão mesmo, como uma costura artesanal
A vinculação, partilha, confiança, afetos, etc. com o terapeuta não fluírem, independente da abordagem, pode não haver adesão do paciente no tratamento e muito provavelmente a terapia não flui, justamente por ela acontecer nessa relação e é um dos motivos que não acredito em um tratamento em psicoterapia que não envolvam afetos entre os lados.